A história do Professor Wilson Roberto Bueno, conhecido na capoeira como Professor Vilsão, é um exemplo vivo de perseverança, amor pela arte e compromisso com a transformação social. Desde seus primeiros passos como educador no universo da capoeira até os dias atuais, sua trajetória tem sido marcada por desafios superados, conquistas importantes e um profundo impacto positivo nas vidas de seus alunos e na comunidade onde atua.
A caminhada de Professor Vilsão como educador de capoeira teve início em março de 2015, no condomínio Reserva das Torres. Apesar do entusiasmo em iniciar essa nova etapa, o primeiro obstáculo surgiu logo no início: o único horário disponível para as aulas era às 9h da manhã, aos sábados, um período de difícil adesão para muitos alunos, principalmente crianças e jovens. Ainda assim, com dedicação e espírito resiliente, Vilsão manteve as atividades, sem deixar que as dificuldades iniciais desanimassem seu propósito.
Poucos meses depois, em 15 de agosto de 2015, surgiu uma nova oportunidade: ministrar aulas no Colégio Germano Paciornik. Essa parceria durou oito anos e representou um dos ciclos mais importantes de sua trajetória. Ali, ele pôde desenvolver seu trabalho com mais estabilidade e alcançar um número maior de praticantes. O espaço se tornou um verdadeiro núcleo de formação, onde muitos alunos deram seus primeiros passos na capoeira e cresceram dentro da arte com valores como respeito, disciplina, cooperação e identidade cultural.
Entretanto, nem mesmo essa fase foi isenta de obstáculos. O colégio, infelizmente, passou a enfrentar constantes roubos de fios elétricos, o que prejudicava diretamente as aulas. Em diversos momentos, o professor se viu forçado a improvisar, ministrando suas aulas à luz de lanternas de celular, um retrato tocante do seu compromisso com a continuidade do ensino da capoeira, mesmo nas condições mais adversas.
Foi então que, em fevereiro de 2023, surgiu uma nova possibilidade, apresentada por uma de suas alunas — hoje graduada com o apelido de Esfinge. Através dela, Vilsão conheceu um novo espaço, gerenciado pela mãe da aluna, e viu ali uma chance de continuar o seu trabalho de forma mais segura e sustentável. Assim, as aulas foram transferidas para a Comunidade São João Evangelista, onde permanecem até os dias atuais.
No novo espaço, o professor deu continuidade ao seu projeto com aulas para crianças, jovens e adultos, ministradas às terças e quintas-feiras, no horário das 19h30 às 21h30. Mais do que um simples treinamento físico, suas aulas se tornaram momentos de integração comunitária, fortalecimento de laços sociais e construção de autoestima, especialmente para os moradores da região.
O trabalho de Professor Vilsão se destaca não apenas pela técnica apurada na capoeira, mas principalmente pelo caráter educacional e social que imprime em cada aula. Ele acredita na capoeira como ferramenta de transformação — uma ponte entre cultura, cidadania e desenvolvimento humano. Ao longo dos anos, ele não apenas ensinou golpes, movimentos e ritmos, mas também formou cidadãos conscientes, solidários e protagonistas de suas próprias histórias.
Sua trajetória é uma verdadeira inspiração para o grupo e para todos que conhecem seu trabalho. O esforço constante para manter as atividades ativas, mesmo diante de tantas adversidades, demonstra um amor genuíno pela capoeira e pelo bem-estar dos seus alunos. A forma como ele transforma espaços simples em centros de aprendizado e cultura é uma prova viva de que a capoeira resiste, ensina e floresce, mesmo nos terrenos mais difíceis.
Em tempos em que tantos se afastam dos valores coletivos, histórias como a de Professor Vilsão nos lembram da importância de resistir com propósito, ensinar com paixão e transformar com humildade. Sua caminhada é um orgulho para o grupo e um presente para todos que têm o privilégio de aprender com ele.
Para quem deseja conhecer mais sobre o trabalho do Professor Vilsão, participar das aulas ou levar a capoeira para sua comunidade, é possível entrar em contato diretamente pelo telefone e WhatsApp: (41) 8438-8302. Ele está sempre aberto a novas parcerias, projetos sociais e oportunidades de expandir a força transformadora da capoeira.